(Autor: Pátria sem Chuteiras)
Como todos sabem, o médium Chico Xavier morreu há 10 anos, no mesmo dia em que a "seleção" conquistou o - fraudulento, diga-se de fato - pentacampeonato mundial. Segundo o que aparece no filme que fizeram sobre a vida do médium, Xavier teria escolhido a data, para morrer no "dia em que os brasileiros estariam felizes", distraídos e por isso alheios ao falecimento do médium. Mas só esse fato e a declaração puxam um bom questionamento.
Pra começar, se como análises recentes de espíritas científicos mostram, Xavier não era um espírito de máxima grandeza - teria que desenvolver mais o intelecto, pois a ingenuidade era sua característica frequente (e verdadeiros sábios nunca são ingênuos). Então, como ele teve o direito de escolher o dia que iria morrer? Porque lhe foi concedido esse "privilégio"? O comediante Bussunda, que também morreu durante uma copa, teve o mesmo "direito de escolha"?
E como num país católico, em que a religião em que mais cresce é a evangélica - nas suas muitas subdivisões, Chico teria uma popularidade o suficiente para que houvesse a necessidade de falecer com a população devidamente distraída? Celebridades de popularidade muito maior que Xavier morreram em dias comuns, com direito à atenção e comoção populares, sem atrapalhar a ordem do cotidiano.
E porque morrer num dia "importante" para o futebol? Nisso, teremos que fazer uma boa análise, lembrando do caráter ufanista de algumas de suas obras, sobretudo a de Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, onde, a maneira católica, cria o Brazilocentrismo, versão provinciana da ideia medieval de que a Terra era o centro do universo.
O futebol é o esporte mais popular de nosso país. Tão popular que se transformou, graças a muitos erros de interpretação resultantes do fanatismo e da alienação, em um misto de dever cívico e obrigação social. O futebol é tão importante para os ufanistas que chega a ser motivo de feriado, além de estar presente em muitos assuntos alheios ao mesmo esporte e de ser respeitado por autoridades políticas.
Mas o futebol não passa de uma forma de lazer, hiperestimada pela mitologia brasileira que enxergou neste esporte uma importância infinitamente maior que a real. Jogadores tratados como soldados heróicos. Técnicos de futebol recebendo tratamento de Ministros de Estado. O uniforme da CBF e os hinos de futebol tratados como símbolos cívicos. Tudo para transformar uma mera forma de lazer em orgulho nacional de quem não tem um motivo real para orgulhar de ser brasileiro. Ou seja, uma ilusão. O maior motivo de orgulho do brasileiro é uma ilusão.
E porque um médium de suposta elevação espiritual, considerado representante de uma doutrina surgida cientificamente, vai tratar como motivo de felicidade real dos brasileiros, uma mera ilusão?
A declaração atribuída a Xavier é perfeita para os espiritólicos futebolistas, já que dá uma pseudo-autenticidade ao futebol, graças a suposta aprovação espiritual, além de "confirmar" e "legitimar" a associação entre o futebol e o patriotismo - que para mim não passa de mero ufanismo sentimentalóide.
Conhecendo o caráter ufanista de vários espiritos que se comunicaram através do famoso médium, é compreensível que a data escolhida fosse a mesma data do penta, já que isso reforçaria e muito a crença absurda do Brasil como um paraíso espiritual, apesar de evidências mostrarem que o Brasil na verdade é um purgatório espiritual, onde espiritos de intelectualidade e moral atrofiados tentam resgatar suas dívidas.
Futebol e religião: parceiros na alienação da população
O esporte - no Brasil, principalmente o futebol - e a religião são excelentes instrumentos de alienação. Ambos impedem qualquer racionalidade, defendendo ideias absurdas, além de lançarem mão de preconceitos.
As elites conhecem muito bem o poder alienador do esporte e da religião, que mantém a população ocupada durante o seu tempo livre, impedindo o surgimento de subversivos que possam ameaçar a "tranquilidade" gerada pela manutenção das injustiças tão comuns em nossa sociedade.
Muitas vezes, as duas coisas são unidas para reforçar ainda mais a imobilização social, impedindo que os indivíduos questionem sobre as coisas da vida durante o tempo em que não estão dedicados a satisfazer interesses de patrões e clientes.
Como explicar a morte de Xavier?
A estranha morte de Chico Xavier parece não ter uma explicação lógica. Pode ter sido uma mera coincidência. Mas para os defensores do misticismo espírita, não houve coincidência.
Para os místicos, é ótima a associação da morte do médium à copa do mundo de futebol, até porque traz a ilusão de que a espiritualidade - que segundo os místicos é composta apenas de espíritos de elevação máxima, se esquecendo de que, como os livros da codificação mostram, existem incontáveis níveis diferentes de evolução - aprova o futebol brasileiro e sua atuação nas copas. Os fanáticos por futebol que dizem seguir a doutrina encontraram um motivo a mais para continuar no seu fanatizante vício.
E vale lembrar que a copa do penta foi uma copa conquistada sem honestidade, com muita fraude, com a "seleção" jogando muito mal e pagando adversários para perderem, num processo que já começou mal, nas eliminatórias fraudulentas que deram a oportunidade da "seleção" entrar na tal copa mesmo sendo a penúltima colocada, o que lhe garantiria a primeira copa sem brasileiros de toda a história do futebol, o que seria péssimo para os ufanistas futebolistas. Pois para manter o ufanismo vivo, vale tudo, até mesmo ganhar roubando. E como é que um médium associado a valores elevadíssimos, ia aprovar uma copa ganha com desonestidade?
Tudo isso está mal contado. Já começo a crer na hipótese de que o "anjo" Ismael, patrono do Roustainguismo pode ter decidido pela data de falecimento de Xavier, para que a associação ufanista ao movimento espírita, consagrado pela obra Brasil, Coração do Mundo, pudesse ser mantida e até fortalecida, fazendo com que a doutrina espírita perdesse seu caráter original de ciência e pudesse se tornar tão dogmática quanto as outras crenças, mantendo também os que se dizem espíritas presos na epidêmica alienação, impedindo que surjam subversivos também nos ambientes espíritas.
Ainda vai surgir uma explicação plausível para a estranha morte de Chico Xavier. Mas a explicação de "povo feliz" não convence a ninguém que tenha o bom senso bem desenvolvído.
Como todos sabem, o médium Chico Xavier morreu há 10 anos, no mesmo dia em que a "seleção" conquistou o - fraudulento, diga-se de fato - pentacampeonato mundial. Segundo o que aparece no filme que fizeram sobre a vida do médium, Xavier teria escolhido a data, para morrer no "dia em que os brasileiros estariam felizes", distraídos e por isso alheios ao falecimento do médium. Mas só esse fato e a declaração puxam um bom questionamento.
Pra começar, se como análises recentes de espíritas científicos mostram, Xavier não era um espírito de máxima grandeza - teria que desenvolver mais o intelecto, pois a ingenuidade era sua característica frequente (e verdadeiros sábios nunca são ingênuos). Então, como ele teve o direito de escolher o dia que iria morrer? Porque lhe foi concedido esse "privilégio"? O comediante Bussunda, que também morreu durante uma copa, teve o mesmo "direito de escolha"?
E como num país católico, em que a religião em que mais cresce é a evangélica - nas suas muitas subdivisões, Chico teria uma popularidade o suficiente para que houvesse a necessidade de falecer com a população devidamente distraída? Celebridades de popularidade muito maior que Xavier morreram em dias comuns, com direito à atenção e comoção populares, sem atrapalhar a ordem do cotidiano.
E porque morrer num dia "importante" para o futebol? Nisso, teremos que fazer uma boa análise, lembrando do caráter ufanista de algumas de suas obras, sobretudo a de Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, onde, a maneira católica, cria o Brazilocentrismo, versão provinciana da ideia medieval de que a Terra era o centro do universo.
O futebol é o esporte mais popular de nosso país. Tão popular que se transformou, graças a muitos erros de interpretação resultantes do fanatismo e da alienação, em um misto de dever cívico e obrigação social. O futebol é tão importante para os ufanistas que chega a ser motivo de feriado, além de estar presente em muitos assuntos alheios ao mesmo esporte e de ser respeitado por autoridades políticas.
Mas o futebol não passa de uma forma de lazer, hiperestimada pela mitologia brasileira que enxergou neste esporte uma importância infinitamente maior que a real. Jogadores tratados como soldados heróicos. Técnicos de futebol recebendo tratamento de Ministros de Estado. O uniforme da CBF e os hinos de futebol tratados como símbolos cívicos. Tudo para transformar uma mera forma de lazer em orgulho nacional de quem não tem um motivo real para orgulhar de ser brasileiro. Ou seja, uma ilusão. O maior motivo de orgulho do brasileiro é uma ilusão.
E porque um médium de suposta elevação espiritual, considerado representante de uma doutrina surgida cientificamente, vai tratar como motivo de felicidade real dos brasileiros, uma mera ilusão?
A declaração atribuída a Xavier é perfeita para os espiritólicos futebolistas, já que dá uma pseudo-autenticidade ao futebol, graças a suposta aprovação espiritual, além de "confirmar" e "legitimar" a associação entre o futebol e o patriotismo - que para mim não passa de mero ufanismo sentimentalóide.
Conhecendo o caráter ufanista de vários espiritos que se comunicaram através do famoso médium, é compreensível que a data escolhida fosse a mesma data do penta, já que isso reforçaria e muito a crença absurda do Brasil como um paraíso espiritual, apesar de evidências mostrarem que o Brasil na verdade é um purgatório espiritual, onde espiritos de intelectualidade e moral atrofiados tentam resgatar suas dívidas.
Futebol e religião: parceiros na alienação da população
O esporte - no Brasil, principalmente o futebol - e a religião são excelentes instrumentos de alienação. Ambos impedem qualquer racionalidade, defendendo ideias absurdas, além de lançarem mão de preconceitos.
As elites conhecem muito bem o poder alienador do esporte e da religião, que mantém a população ocupada durante o seu tempo livre, impedindo o surgimento de subversivos que possam ameaçar a "tranquilidade" gerada pela manutenção das injustiças tão comuns em nossa sociedade.
Muitas vezes, as duas coisas são unidas para reforçar ainda mais a imobilização social, impedindo que os indivíduos questionem sobre as coisas da vida durante o tempo em que não estão dedicados a satisfazer interesses de patrões e clientes.
Como explicar a morte de Xavier?
A estranha morte de Chico Xavier parece não ter uma explicação lógica. Pode ter sido uma mera coincidência. Mas para os defensores do misticismo espírita, não houve coincidência.
Para os místicos, é ótima a associação da morte do médium à copa do mundo de futebol, até porque traz a ilusão de que a espiritualidade - que segundo os místicos é composta apenas de espíritos de elevação máxima, se esquecendo de que, como os livros da codificação mostram, existem incontáveis níveis diferentes de evolução - aprova o futebol brasileiro e sua atuação nas copas. Os fanáticos por futebol que dizem seguir a doutrina encontraram um motivo a mais para continuar no seu fanatizante vício.
E vale lembrar que a copa do penta foi uma copa conquistada sem honestidade, com muita fraude, com a "seleção" jogando muito mal e pagando adversários para perderem, num processo que já começou mal, nas eliminatórias fraudulentas que deram a oportunidade da "seleção" entrar na tal copa mesmo sendo a penúltima colocada, o que lhe garantiria a primeira copa sem brasileiros de toda a história do futebol, o que seria péssimo para os ufanistas futebolistas. Pois para manter o ufanismo vivo, vale tudo, até mesmo ganhar roubando. E como é que um médium associado a valores elevadíssimos, ia aprovar uma copa ganha com desonestidade?
Tudo isso está mal contado. Já começo a crer na hipótese de que o "anjo" Ismael, patrono do Roustainguismo pode ter decidido pela data de falecimento de Xavier, para que a associação ufanista ao movimento espírita, consagrado pela obra Brasil, Coração do Mundo, pudesse ser mantida e até fortalecida, fazendo com que a doutrina espírita perdesse seu caráter original de ciência e pudesse se tornar tão dogmática quanto as outras crenças, mantendo também os que se dizem espíritas presos na epidêmica alienação, impedindo que surjam subversivos também nos ambientes espíritas.
Ainda vai surgir uma explicação plausível para a estranha morte de Chico Xavier. Mas a explicação de "povo feliz" não convence a ninguém que tenha o bom senso bem desenvolvído.
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